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terça-feira, 3 de julho de 2012

EDUCAÇÃO E AS COMPETÊNCIAS DE CADA UM


É fundamental entender que todo e qualquer ato educativo diz respeito a um conjunto de significados e, portanto, possui múltiplas dimensões. Quer dizer, educa-se na perspectiva do ser social, humano, psíquico e afetivo. Logo, educar(se) não é simplesmente ir à escola para aprender algumas fórmulas conteudinais. Ao contrário, educa-se para aprender a saber, aprender a ser, aprender a viver...


Então, se o ato educativo não se resume apenas à escola, mas relaciona-se a toda esfera da sociedade - a partir dos seus instrumentos de acumulação e retransmissão de saberes - esta mesma sociedade é também e necessariamente grande responsável pela educação (ou deseducação) de seus indivíduos. Mas, qual o sentido de educação para nós? Em que perspectiva age a sociedade? Age no sentido da autêntica educação ou da deseducação? Nesse sentido, que tipo de exemplos por ela nos são dados e perpetuados?


O fato é que um entendimento comum do que seja  educação tem causado a equivocada interpretação de que somente à escola caberia a tarefa de educar as gerações. Este equívoco histórico-cultural acaba por sobrecarregá-la de competências que seriam, a priori, tanto da escola, quanto de outras instancias sociais, a exemplo da família, como primeiro universo formativo do sujeito que chega ao mundo e, enfim, da própria sociedade como um todo.


Com efeito, o mundo fala de educação, de respeito, de ética, de fraternidade, ao passo que suas atitudes contradizem o constante em seus discursos. Por outro lado, as ciências comprovam  - e até mesmo os leigos ponderam - sobre o fato de que humanos aprendem muito mais com exemplos do que com meras palavras não praticadas e de efeito vazio; sendo que aprender aqui se refere tanto ao aprendizado escolar, como a gama das experiências pessoais conseguidas durante toda a vida. A propósito, quando pais/responsáveis negligenciam o seu papel de agente formador de seus tutelados (justo numa sociedade em evidente desequilíbrio educacional) surge daí a força devoradora de “valores” inversos e anti-educacionais. De tal forma que, se pretendemos a educação como marco para o pleno desenvolvimento de um povo, é urgente que cada um dos entes constituintes deste povo cumpra com as suas respectivas competências!


Ademais, numa época em que ser educado está “fora de moda”, torna-se cada vez mais difícil e penoso educar-se com qualidade e completude, face a “ideologia” imbecil e perigosa de desvirtuação e de irreverência a valores social e humanamente essenciais. Tal tendência contamina famílias, grupos sociais e sujeitos, notadamente num processo acelerado de “contra-educação” e inevitável “coisificação” de pessoas. Eis que a mensagem subjacente a tudo isso propala a idéia de “mundo de ninguém”, em que predominam o egoísmo, a concepção hedonista, a violência como via de resolução de conflitos, o desvalor da vida, a desumanidade...


Ora, o ser humano é reflexo de seu próprio “ser psíquico” e este “ser”, por sua vez, é configurado pelo mundo externo no ambiente em que determinado sujeito habita. Portanto, como instituição circundante da família, da escola e demais instituições coletivas, se a sociedade não se cuidar em fazer valer o sentido absoluto de educação, estaremos, sim, subestimando a nossa digna inteligência e, desse modo, abrutalhando a nós mesmos enquanto seres essencialmente humanos, porém, socialmente em descaminho com os progressos necessários.


Enviado a redação do Blog Emidio sena, por:
MESSIAS TORRES
Pós-Graduado em Psicopedagogia